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21 novembro 2006

Submarino nuclear tem construção adiada

Para compensar, Marinha reforçará frota de embarcações convencionais

Roberto Godoy - O Estado de São Paulo

A Marinha do Brasil adiou por prazo indeterminado a construção de um submarino movido a energia nuclear, o SNA. O navio estava sendo considerado para entrar em operação até 2020 e custaria US$ 1,2 bilhão.

O gigante de 9.200 toneladas e 110 metros de comprimento, grande como um campo de futebol, passou a ser uma decorrência da pesquisa que a Marinha mantém no setor atômico. Assim, no futuro, depois de dominar todas as tecnologias envolvidas, é que o País decidirá pela construção de uma embarcação desse tipo.

O último investimento direto nos estudos em torno do SNA foi em 1994. 'Como nada é definitivo quando se trata de defesa, o processo pode ser considerado apenas como adiado, embora um adiamento de longo prazo', disse ontem ao Estado um integrante do Comando de Operações Navais.

Para manter o programa nuclear - que resultou no domínio do ciclo do combustível atômico e na criação de ultracentrífugas para enriquecimento de urânio -, o Comando da Marinha precisa receber R$ 130 milhões por ano até 2013. Os atuais R$ 40 milhões cobrem gastos com manutenção e pessoal. E só.

O foco da proteção estratégica da plataforma territorial passou a ser uma reforçada frota de submarinos convencionais, movidos por motores diesel-elétricos.

ACORDO

O Comando da Marinha escolheu o alemão IKL-214 para a missão. É uma evolução das quatro unidades da classe Tupi e do único da linha Tikuna - todos baseados na série 209 do estaleiro alemão ThyssenKrupp Marine Systems-HDW. O primeiro foi feito em Kiel, no Mar do Norte. Os três seguintes saíram do estaleiro no Rio. O Tikuna recebeu alterações feitas pelos técnicos do Arsenal da Marinha.

O acordo de cooperação bilateral foi assinado em 1982. O novo contrato é de 1 bilhão, cobrindo a fabricação de um submarino e a modernização dos outros cinco. A contrapartida da Thyssen é a construção de uma siderúrgica no Rio. O Comando da Marinha justifica a escolha do navio alemão pela qualidade e 'para evitar a duplicidade de custos logísticos'.

Há alguma dificuldade no programa. O IKL-214 foi selecionado pela Grécia, onde está sofrendo críticas pesadas. Uma comissão chefiada pelo capitão J. Lignos está encarregada de apurar as razões pelas quais em águas revoltas o Papanikolis, primeiro de um grupo de três embarcações, apresenta oscilação de 50 graus em relação ao eixo. Mais: o ruído das máquinas, a assinatura eletrônica de sistemas, a perda de potência em determinadas condições e a baixa precisão do periscópio de ataque estariam comprometendo o desempenho do navio. Uma equipe de especialistas da Alemanha virá ao Brasil para explicar como as falhas serão corrigidas.

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