Operação de paz das Nações Unidas confirma a morte de sete civis e dezenas de milhares de deslocados em territórios do Kivu do Norte; Angola, que mediou cessar-fogo, aponta danos graves aos esforços de pacificação do conflito na região oriental congolesa.
ONU News
As Nações Unidas condenaram a ofensiva em curso lançada na semana passada pelo movimento armado M23 no leste da República Democrática do Congo, RD Congo. A intervenção capturou a cidade de Masisi na província do Kivu do Norte.
Rebeldes do M23 avançam em territórios do Kivu do Norte | Monusco/Sylvain Liechti |
No sábado, o grupo armado que tem avançado na parte norte do território do Kivu do Norte tomou áreas como Masisi e Walikale, bem como o centro administrativo de Lubero anunciando “uma administração paralela” onde exerce controle efetivo.
Piora da situação humanitária
A Missão das Nações Unidas na RD Congo, Monusco, confirma a morte de sete civis e dezenas de milhares de deslocados com os atos que têm agravado a situação humanitária já considerada terrível na parte oriental congolesa.Segundo a ONU, é imperioso que o grupo deponha armas e cumpra o cessar-fogo em vigor desde 4 de agosto. O pedido feito às partes envolvidas é que continuem comprometidas com o processo de Luanda.
O entendimento prevê que seja cumprido o cessar-fogo supervisionado pelo Mecanismo de Verificação Ad-Hoc, com o apoio de peritos de inteligência de Angola, Ruanda, RD Congo e de outras entidades internacionais.
Angola já criticou “de forma enérgica” esta ação que “afeta gravemente os esforços de pacificação do conflito prevalecente na região leste da RD Congo”. Além disso, o país mediador considera que os atos representam um flagrante e inaceitável violação ao cessar-fogo.
Em sua reação, as autoridades angolanas citaram a Carta das Nações Unidas ao manifestarem preocupação com a escalada do conflito e a conquista ilegal de território, tida como uma “violação da integridade territorial e soberania” congolesa.