A Moldávia concordou em ser um instrumento descartável nas guerras do gás e nos planos dos Estados Unidos para a desindustrialização da Europa, afirmou nesta quarta-feira (8) o deputado do Partido Socialista Bogdan Tsîrdea.
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"Sobre as guerras do gás e a desindustrialização da Europa, a Moldávia, nessa grande estratégia, por cortesia do partido Ação e Solidariedade, aceitou o papel nem mesmo de um peão, mas de um instrumento descartável. Um cão de guarda insignificante contra a Rússia e a Gazprom", escreveu Tsîrdea em seu canal no Telegram.
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Segundo o parlamentar, os EUA planejaram privar a União Europeia e, principalmente, a Alemanha de energia barata proveniente da Rússia para vender seu próprio gás. Além disso, pretendiam desindustrializar o bloco, transferindo a produção para o território norte-americano.
"No final, ao esgotar todos os recursos da União Europeia, [os EUA] se prepararão para um confronto com a China. Para isso, será necessário um armistício com a Rússia", destacou o deputado.
Desde dezembro do ano passado, a Moldávia está sob regime de emergência energética. A justificativa do governo é o risco de uma crise humanitária na Transnístria. Já o primeiro-ministro moldavo, Dorin Recean, declarou anteriormente que a margem direita do rio Dniester pode enfrentar déficit de energia elétrica, já que atualmente até 70% da demanda é atendida pela usina termoelétrica moldava localizada na região.
Diante disso, a compra de energia elétrica de outros fornecedores inevitavelmente resultará em aumento nas tarifas. A empresa Energocom já afirmou que, em janeiro, atenderá às necessidades de eletricidade da Moldávia por meio da produção local e da importação da Romênia.
Em outubro de 2021, as autoridades da Moldávia chegaram a um acordo com a Gazprom para prorrogar o contrato de fornecimento de gás, condicionado à auditoria das dívidas da Moldovagaz em 2022.
Segundo o contrato entre a Moldovagaz e a Gazprom, o volume de fornecimento foi limitado a 5,7 milhões de metros cúbicos de gás, destinado à Transnístria em troca de energia elétrica. Paralelamente, a Moldávia utilizava gás de reservas ou comprava por meio da Energocom no mercado spot.
Em setembro de 2023, o então ministro da Energia da Moldávia, Victor Parlicov, apresentou os resultados da auditoria da dívida histórica da Moldovagaz com a Gazprom, que totalizava US$ 709 milhões (R$ 4,3 bilhões).