'Defenderemos nossa soberania': presidente do México responde a Trump

Claudia Sheinbaum analisou as declarações do presidente norte-americano, um dia após ele tomar posse para seu segundo mandato.


RT

A presidente Claudia Sheinbaum advertiu nesta terça-feira que defenderá o México após os ataques do presidente dos EUA, Donald Trump, contra seu país feitos após a posse.

Claudia Sheinbaum | Gettyimages.ru / Eyepix Group

"Que o povo do México tenha certeza de que sempre defenderemos nossa soberania e nossa independência. Esse é um princípio máximo que o presidente tem que cumprir", afirmou a presidente durante uma coletiva de imprensa marcada pela tensão que Trump gerou com suas ameaças em relação às políticas de imigração, comércio e segurança.

Sheinbaum reiterou que o governo "sempre vai apoiar os mexicanos" que estão nos EUA. "Аgiremos dentro da estrutura de nossa Constituição e de nossas leis", acrescentou, listando os compromissos de sua administração.

A presidente também esclareceu que Trump só assinou decretos que ainda não entraram em vigor porque uma série de medidas legais deve ser tomada primeiro.

"É importante manter sempre a cabeça fria", disse, analisando cada uma das cinco medidas anunciadas no dia anterior pelo novo presidente dos EUA em relação ao México.

Sheinbaum citou como exemplo o decreto que declara a fronteira sul dos EUA uma zona de emergência, afirmando que é muito semelhante ao que o próprio Trump assinou em 2019, durante seu primeiro mandato, e que permitiu acordos de cooperação com o ex-presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador.

Migração e Golfo do México

O mesmo se aplica ao decreto que estabelece que os imigrantes não podem permanecer nos EUA enquanto realizam seus procedimentos de solicitação de asilo, já que essa é uma medida que Trump impôs; que seu sucessor, Joe Biden, eliminou; e que o líder republicano está reimpondo agora.

"Temos nossa própria política de migração, mas também somos um governo humanitário. Se houver pessoas na fronteira, como agora, quando está muito frio, não vamos deixá-las ao relento. Estamos buscando a repatriação para seus países se eles forem estrangeiros", disse.

Com relação ao decreto que altera o nome do Golfo do México para Golfo da América, ela esclareceu que a medida abrange apenas a plataforma continental dos EUA.

"Para nós e para o mundo inteiro, ainda é o Golfo do México, por isso é importante observar o que diz o decreto, devemos sempre agir de acordo com o que está escrito", declarou.

Cartéis e T-MEC

Sheinbaum também abordou a decisão de Trump de considerar os cartéis como organizações terroristas.

"Eles podem agir em seu território dentro da estrutura de sua constituição. O que dizemos é a defesa de nossa soberania. Nós nos coordenamos, mas somos um país independente, livre e soberano", disse, enfatizando que as organizações criminosas que vendem fentanil e outras drogas também operam nos EUA.

A presidente também analisou o anúncio de Trump vai impor uma tarifa de 25% sobre produtos do México e do Canadá, apesar de essa medida violar o tratado tripartite compartilhado por esses países, conhecido como T-MEC.

A esse respeito, ela ressaltou que o próprio tratado estabelece que as condições serão revisadas e, eventualmente, modificadas em julho de 2026.

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