Em uma notável reviravolta nos eventos, componentes críticos do novo míssil da Rússia caíram nas mãos ucranianas, oferecendo aos especialistas uma oportunidade sem precedentes de estudar a mais recente tecnologia implantada por Moscou.
Por Dylan Malyasov | Defence Blog
Isso ocorre depois que o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na quinta-feira que a Rússia havia realizado um ataque usando um novo "míssil balístico com ogiva hipersônica não nuclear" visando a cidade ucraniana de Dnipro.
Foto de cortesia |
O ataque, descrito por Putin como uma resposta ao uso de armas americanas e britânicas de longo alcance pela Ucrânia, marca uma escalada significativa. "Nossos mísseis o chamaram de 'Oreshnik'", afirmou Putin, alegando que a Ucrânia "não tem meios" para combater o novo tipo de míssil.
O Pentágono confirmou que o míssil da Rússia é baseado no RS-26 Rubezh, referido pela OTAN como SS-X-31, modelo de míssil balístico intercontinental, e observou que os Estados Unidos foram brevemente pré-notificados por meio dos canais existentes de Redução de Risco Nuclear.
Este ataque representa a primeira instância global do uso de tal classe de arma na guerra ativa. Apesar de o míssil ter sido reduzido em grande parte a fragmentos após o impacto, especialistas ucranianos, ao lado de especialistas internacionais, agora têm acesso direto a elementos cruciais desse armamento avançado.
De acordo com os militares ucranianos, mesmo esses fragmentos são de imenso valor para estudar possíveis inovações tecnológicas, materiais e outros componentes de interesse – um esforço que será conduzido em cooperação com parceiros ocidentais.
Até agora, todos os testes anteriores de mísseis balísticos intercontinentais e de alcance intermediário russos foram realizados em um ambiente controlado, com remanescentes recuperados e protegidos exclusivamente pelas autoridades russas. Cada peça, até o menor parafuso, é normalmente classificada nos níveis mais altos e protegida rigorosamente contra esforços de inteligência estrangeira.
Mas agora, devido à decisão emocional de Putin, os países ocidentais receberam uma janela para algumas das tecnologias militares mais bem guardadas da Rússia.